terça-feira, 14 de agosto de 2012

Haja o que houver


Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho:
 - Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.

 Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase alisou as  construções lá existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada. 

 Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu  filho nesta hora estava na escola. 
 
Foi imediatamente para lá. 

 E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé. Tomado de  uma enorme tristeza. Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa  (não cumprida), "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado". 

 Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de  seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam.

 Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua  mãozinha. O portão (que não mais existia); corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho  confiante. Passava pela sala do 3º ano , virava o corredor e o olhava ao entrar.  

 Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão, corredor, virou  a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha  de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a  classe. Olhava tudo desolado.

 E continuava a ouvir sua promessa: 

 "Haja o que houver, eu sempre estarei com você". 

 E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que  embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
 
- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.

- Vá para casa.

 Ao que ele retrucava: 
 
- Você vai me ajudar? 

 Mas ninguém o ajudava, pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que  também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém  com vida.
 
Existiam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:
 
- Você vai me ajudar?

 Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...

- Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo?

 Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios.
 Ele retrucava :

 - Você vai me ajudar?
 
- Você esta cego pela dor não enxerga mais nada. 

- Você vai me ajudar?

 Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos mas não se afastava dali. 5h / 10h / 12h / 22h / 24h / 30h .
 Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.  Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho ouviu:

- Pai... estou aqui!

 Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:

- Você esta bem?

- Estou. Mas com sede, fome e muito medo.

- Tem mais alguém com você?

- Sim, da classe, 14 estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares. 

- Estamos todos bem.

 Apenas conseguia ouvir seus gritos de alegria.

- Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar. 

- Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...

- Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.

- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco .

- Não! Deixe eles saírem primeiro... 

- Eu sei; que haja o que houver... 

- Você estará me esperando! 

                          (autor desconhecido)

Leia mais: Haja o que houver http://mensagensepoemas.uol.com.br/pensamentos/esperanca/haja-o-que-houver.html#ixzz23WPNAXa3 
Envie Telemensagens Mensagens e Poemas

Nenhum comentário:

Postar um comentário